domingo, 28 de dezembro de 2014

É Natal?


Uma mantinha de sofá, igualzinha a umas que vi nas promoções natalícias da Área. Bonitinha e quente. Os pratinhos para as refeições da Kikas. Gostei que se tivessem lembrado dela. Afinal, a Kikas é a minha filhota de quatro patas. Quase o único amor que tenho. Isto é, que alguém tem por mim. Já não sou filha, nunca fui mãe. Vagabunda dos caminhos armadilhados que nos põem a percorrer e onde aguentamos o que surge. Injusta, se não referir o contributo para o aspirador que tanta falta me está a fazer. Oferecido com algum amor, creio, mas não aquele gritado e potente que une filhos e mães. Sonhei tê-lo assim. E sinto-o. A retribuição é a possível de alguém que já entregou esse, mais forte, num compromisso natural e indestrutível. Ridícula, neste cantinho do sofá, chorando o meu desgosto. O meu lugar fora do contexto. Comparando a dedicada atenção posta na escolha do que interessa para quem interessa. Na dádiva do que tem que ser, no papel das solteironas do séc XIX, agregada por inerência de  indescartáveis laços de sangue. E zurdo-me por causa destas analogias, que não pretendo e que confundem o amor com o potlatch das sociedades ditas primitivas. Mas o fermento esgueirava-se nelas como  nos natais dos dias de hoje.
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domingo, 23 de fevereiro de 2014

BLOGUE de HISTÓRIA e ESTÓRIAS: A gafaria de Torres Vedras

BLOGUE de HISTÓRIA e ESTÓRIAS: A gafaria de Torres Vedras: No ano 2006, na sequência de obras na fachada das casas 5/6 do Largo Frei Eugénio Trigueiros (antigo Largo do Grilo), zona nordeste do centr...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Tango

In
  ****** *************************************************************************************************************** Na TV, uma novela brasileira quase roça o dramatismo de uma história mexicana.  Tragédias  de hora de almoço, ensopadas nas nossas próprias lágrimas. Enredam-se em espirais de sentimentos, tocam-nos, puxam as tramas  que nos constroem a alma, o coração, o ser todo.  Perdidos no fundo destes  nós, lavamos com lágrimas verdadeiras as labaredas que nos abrem feridas e que são, como os sulcos do rosto e os traços das mãos, as histórias das nossas vidas. 
Dois dos intérpretes dançam um tango. Um jogo de aperto e de distância resumindo os seus destinos.  Superando. Numa ficção que me ultrapassa. Choro. Sinto-me ridícula e incapaz.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Benvinda BEATRIZ!

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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Em nome das ausências




Não há a quem fale das lagrimas que me escorrem da alma e com elas os vazios a que sempre retorno. Escolho-te, António, em nome dos amores perfeitos que a juventude tem o dom de tocar.  Tu que foste confiança e ternura afirmadas, amparo do crescimento sem dores, supriste o vazio do berço e da infância. Musculaste-me os passos para um caminho aberto de permanentes ausências. Mas consumiste os sabores das palavras coloridas, da plenitude das horas breves que sem ti se esfumavam em gritos íntimos de impotentes alegrias. Sempre os fantasmas de seres ou de sentidos a anular os novos sabores das curvas da vida. Nem sei se me arrependa. Mas ainda os choro. Até nos natais.

O sonho tem a lonjura da vida.


In youtube     
                                                         http://youtu.be/fwdGWiONMBw
                                                           "Sózinho" de Caetano Veloso
O sonho tem a lonjura da vida. Azuis, rosa ou pretos. Sempre vestidos de presenças e de ausências. Como os Natais.Há quem os preencha de risos, de doçuras e de prendas.  Há quem se enovele apenas em desejos, no que queria que fosse, no que não é.  

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Variações

 
Não sei ainda se odeio ou amo os pingos nos campos e o cheiro da terra.  Ou o perfume das algas espraiando-se em largos amplexos de azuis, no encontro com areais.
A alma é como o higrómetro de cabelo, que se expande ou aperta de acordo com a natureza do abraço. Por isso, nunca digas que sou triste ou alegre, introvertida ou expansiva. Faz-me chorar ou sorrir pela acção dos teus sonhos e dos teus abraços.

As faces da Realidade

Imagem retirada  de  http://inpar.tumblr.com/



"Não há nenhum conceito de realidade independente de uma visão ou de uma teoria".
No livro " O Grande Desígnio", Stephen Hawking e Mlodinow  dedicaram um capítulo  a uma demonstração muito interessante da complexidade do conceito de  realidade. Isto porque  são várias as visões dessa mesma realidade, tantas quantos os observadores,  e o modelo do real resulta dessa  súmula.
 Este conceito é um pequeníssimo ponto explorado no trabalho que refiro e, no entanto, por si só já conduz a tantas reflexões.
Percebem agora por que não devemos dar razão a ninguém antes de ouvirmos todas as partes ?!
Curiosamente, as imagens do Rio de  Janeiro em contraponto com as do Algarve, hoje, recordaram-me o assunto. Ambas tão reais e complementares !!!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Novembro

 
 
Dia chuvoso,sem mais. Ou o lado poético das coisas que não chegamos a saborear.
Não vou contar como a preguiça e o sonho se aprópriam destas desculpas para esquecer que a vida corre lá fora, na comunhão de tudo. Amanhã  sentirei a estrada mais curta e a paisagem não mais a mesma.